quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O perecível

"All that we have is a forever now"

Essa música 'the forever now' que tocou em This is us é definitivamente um lembrete do perecível, do que tentamos a todo custo frear sem sucesso. 

Quando penso em me encontrar, em me descobrir acredito que sou esses pedaços de eternidade que somamos aos longos dos anos, alguns são grandes outros encaixam meio torto e até mesmo os pedaços extremamente danificados tem sua eternidade na nossa trilha de cacos que vamos juntando e soltando.

Sou, dentro do que posso, tudo que quero e ainda que não tenha descoberto todas as peças que me encaixam ou como encaixam... ainda há tempo de descobrir. Somos o todo em partes e partes do todo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Pisando em Cacos de Vidros

 Eu li um livro com esse nome há muito tempo, o enredo era bem sensível e de uma profundidade gigantesca, hoje pensando sobre fazer terapia pra curar feridas que nem sei como acessar, porém sei que existem, lembrei que escrever sempre foi uma das coisas que me faziam pensar, o que não deixa de ser estranho, escrever para pensar. 

Tive um blog anos atrás, era um exercício de escrita criativa, no meio de muita coisa linda que eu copiava de autores, pensadores que admiro, vez por outra, tinha um texto meu... cru, desconexo e sempre com ritmo diferente... o que escrevia vinha de algum lugar, nem sempre eu entendia o que era até começar a escrever, escrevi cartas de despedidas, duas. Escrevi um conto de ficção para três sobrinhos, Escrevi sobre desencontros e sobre emoções que tenho ao ver várias coisas e que não sei explicar direito. Escrevi muitas coisas, muitas, mas nunca escrevi sobre o que pesa na minha alma, talvez sim, mas não sei como colocar as dores, os medos, os tabus pra fora. Talvez seja um novo recomeço agora, uma tentativa de escrever pra pensar o que me atinge sem que eu saiba como tratar.



quinta-feira, 6 de abril de 2017

O Valioso Tempo dos Maduros


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas...
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. 
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. 
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… 
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, o essencial faz a vida valer a pena. 
E para mim, basta o essencial!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Para ler quando o amor acabar

PS: Copiado diretamente do blog EOH porque eu realmente precisava ler e reler isso. 

Ninguém lida bem com o fim do amor. Nem um Buda saberia se despedir sem sofrer, muito menos você, que é um ser humano cheio de emoções à flor da pele. Mas, antes de mais nada, entenda que dor e raiva são dois sentimentos suportáveis quando separados, mas corrosivos quando sentidos juntos.
O fim do amor não é quando o relacionamento acaba. Essa é só a sentença, a assinatura, a burocracia. O sofrimento já veio antes, mas ficou represado no comodismo da vida planejada com direito a canteiro de flores e filhos correndo pela casa. O adeus destrói a contenção e inunda o terreno seguro. Faz a casinha com goteiras de onde você tanto reclamava se tornar um palácio nas suas lembranças. O passado não mudou. Mas a sua perspectiva sobre ele, sim.
O fim do amor embaralha os sentidos. Faz pensar no outro como a melhor criatura do mundo mesmo quando há tempos você já pensava em partir pra outra. Ele vai ser o amor da sua vida e todas as vezes que você desejou outro cara vão desaparecer da sua memória num passe de mágica. Era ele, tinha que ser ele, era absolutamente certo de que seria ele.
Quando a raiva sair de cena, quando a vontade de esmurrar a porta passar, no palco estarão protagonizando juntos, a mesma cena, você e o que você sente. Como numa dessas peças de improviso, em que nem um nem outro sabem qual é o próximo diálogo, o próximo movimento. A vida, por um tempo, vai ficar em suspenso. Você não sabe se vai sentir mais vontade de maldizer o ex-amor ou admitir que ainda sobrou um resquício da paixão.
Logo depois vai chegar a vontade da vingança. Você vai aprender a se maquiar melhor, vai saber a lista das bandas da semana que tocam na cidade. A lista telefônica vai aumentar, a quantidade de sapatos de salto alto também. A estratégia então é ocupar a cabeça para despistar o coração. Mas o medo de encontrá-lo a cada esquina vai fazer parte de você como os cílios postiços.
Não importa quanto tempo passe, você vai se sentir brutalmente traída quando um novo amor surgir. Vai se sentir ofendida quando ele usar a camiseta que vocês compraram juntos para apresentar a nova namorada no Facebook.
Também vai odiar os amigos dele que eram seus, achar absurdo que a mesma banda que ele cantava pra você esteja sendo entoada pra ela – e não importa se aquele som é o favorito dele, você vai sentir como se fosse exclusividade sua.
Aí, aos poucos, a maquiagem vai diminuir, a mágoa também e você vai estar disposta a conhecer gente nova de verdade. Vai entender que sentir que nostalgia não é saudade e que lembrar com carinho não significa que você deseje a mesma vida de antes.
E aí você vai saber que a vida continua. E daqui a alguns dias você pode precisar ler tudo isso de novo porque um novo amor vai chegar e vai partir.
Só então vai perceber que eu menti quando disse que o amor acaba. Ele se metamorfoseia em lembrança bonita. Mas não acaba nunca porque vai estar em você pra sempre e em paz. Ainda bem.
Marina Melz
Todos os direitos reservados à grande escritora Marina Melz.






sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Ela é...


Ela é aquilo que não consegue se encaixar em moldes pré-existentes, parece que ninguém nunca foi antes dela. Ela se incomoda com isso, às vezes, muito. Ela é cheia de sentimentos, parece que suas experiências se manifestam é no dorso do seu colo, e quase sempre, de vez em quando, tudo isso pesa.
Mas não tem modo, não existe maneira que a faça ser diferente. 
E ainda, graças a Deus, ela é diferente.
Algo que pesa e que tem o dom da leveza, algo que chora e que se manifesta em sorrisos, algo de forte, mas que se desmancha quando encontra a água.
 
Clarice Lispector

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, 
a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: 
 Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,
pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.


Mário Quintana


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


Não dá pra saber qual dia será o mais importante da sua vida.

Os dias que você pensa serem importantes nunca atingem a proporção imaginada. São os dias normais, os que começam normalmente, e acabam se tornando os mais importantes. 

Nunca se sabe qual é o dia mais importante da sua vida. 

Não até ele acontecer. Você não reconhece o dia mais importante da sua vida até que esteja no meio dele.
O dia que você se compromete com algo ou com alguém.
O dia que você tem seu coração partido.
O dia que você conhece sua alma gêmea.
O dia que você se dá conta que não há tempo suficiente, porque você quer viver para sempre.
Esses são os dia mais importantes.
Os dias perfeitos.

Grey's Anatomy